SA25116 – ROLÊ DA KANTUTA: UM PEDACINHO DA BOLÍVIA EM SÃO PAULO
RESUMO
O projeto propõe um modelo de turismo social, educativo e intercultural centrado na valorização da presença indígena andina na cidade de São Paulo, com foco na tradicional Feira Kantuta, situada no bairro do Canindé. Reconhecendo a migração como força viva de transformação urbana e buscando dar visibilidade à cultura boliviana como patrimônio imaterial, nas expressões culturais e espirituais dos povos aymara e quéchua. A proposta visa estruturar roteiros acessíveis a públicos diversos, como estudantes, idosos, pessoas com deficiência, turistas e moradores das periferias, oferecendo experiências imersivas por meio de visitas mediadas por integrantes da própria comunidade, oficinas culturais e eventos temáticos, que promovem o diálogo entre culturas, a reconstrução de identidades indígenas em contexto migratório e a geração de renda. As ações previstas incluem três tipos de programação: visitas abertas ao público geral; programadas sob demanda para escolas e instituições; e em eventos especiais em datas comemorativas. Na primeira edição do projeto, a convite do Museu da Imigração “São Paulo dos Migrantes”, percorremos seus territórios de resistência e desenvolvimento econômico, como a Praça Kantuta e a Rua Coimbra, vivenciamos celebrações como o Dia da Independência da Bolívia e o Mês da Pachamama (ritual andino). Foi possível experimentar a gastronomia, o artesanato, seu patriotismo e sua espiritualidade. Entre os resultados iniciais, destacamos, a valorização da espiritualidade e das tradições andinas no espaço urbano, além do reconhecimento desses territórios como parte fundamental da identidade cultural desta cidade. No entanto, observamos desafios importantes que essa comunidade enfrenta, como a carência de fomento público para suas atividades culturais, e a ausência de infraestrutura básica, especialmente banheiros adequados, o que dificulta a recepção de visitantes e turistas, principalmente em sua primeira experiência com o território. Para as próximas edições, destaca-se a importância do apoio institucional do IFSP, com a formação de guias comunitários e a oferta de suporte básico (uso do banheiro) e água para os visitantes, além da necessidade de políticas públicas que reconheçam a Feira Kantuta como polo turístico e cultural da cidade.
PALAVRAS-CHAVE
turismo social; migração indígena andina; feira kantuta;