CE25072 – DESAFIOS HIDROLÓGICOS EM AMBIENTES URBANOS: ANÁLISE DA REGIÃO LESTE DE SÃO PAULO
RESUMO
A cidade de São Paulo apresenta, historicamente, elevada vulnerabilidade a desastres hidrológicos, agravada pela urbanização acelerada, mudanças climáticas e desigualdades socioespaciais. Em 2024, o município ocupava o segundo lugar no ranking nacional de risco geo-hidrológico, demonstrando a urgência de soluções estruturais e educativas para o enfrentamento desse problema. Este trabalho tem como objetivo explicitar a influência do modelo socioeconômico vigente na produção de desastres hidrológicos, com foco nas populações periféricas de São Paulo. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica e análise documental com dados de instituições públicas e acadêmicas, além da aplicação de uma oficina educativa com 25 estudantes do Instituto Federal, Campus São Miguel Paulista. A metodologia combinou abordagens qualitativas e quantitativas, com questionários aplicados antes e após a oficina, seguidos de debates sobre políticas públicas ambientais. Os resultados evidenciaram o desconhecimento inicial dos estudantes sobre a influência da infraestrutura urbana nos desastres hidrológicos, bem como a associação entre desigualdade social e vulnerabilidade aos eventos hidrológicos extremos. Após a atividade, todos os participantes reconheceram a relação entre os desastres hidrológicos e o atual modelo socioeconômico, o que comprova que a educação ambiental serve como ferramenta essencial de prevenção e conscientização. A Oficina também expôs os alunos ao fato de que moradores de áreas periféricas enfrentam impactos mais severos devido à ocupação de zonas de risco e à ausência de planejamento urbano. Conclui-se que os desastres hidrológicos na capital paulista não são meramente naturais, mas resultados de uma lógica socioeconômica excludente que perpetua a desinformação e dificulta o acesso a políticas públicas eficazes. A experiência com a oficina demonstrou o potencial da educação crítica na construção de consciência coletiva e na mobilização social, sugerindo que intervenções simples, mas bem direcionadas, podem contribuir para a formação de sujeitos mais preparados para enfrentar e questionar as causas estruturais desses eventos.
PALAVRAS-CHAVE
desastres hidrológicos; desigualdade social; periferia