A leishmaniose é uma doença parasitaria obtida pela picada de flebotomíneos (mosquitos-palha) infectados, e pode se manifestar de diferentes formas, sendo as principais a Leishmaniose Tegumentar (LT). Possui grande relevância, especialmente em regiões tropicais, onde o acesso a tratamentos convencionais pode ser limitado, se trata de uma doença negligenciada, sendo assim há poucas opções de tratamento. No Brasil, a doença ocasiona em média 21.000 casos por ano, com um coeficiente de incidência de 8,6 casos a cada 100.000 habitantes, as regiões norte, centro-oeste e nordeste são as mais afetadas pela LT. Desta forma, o objetivo do trabalho é o desenvolvimento de um curativo cutâneo objetivando o auxílio no tratamento da leishmaniose tegumentar no Brasil, utilizando assim uma matriz polimérica de celulose bacteriana. Esse polímero, vem sendo estudado nos últimos anos como promissor em aplicações da biomedicina, principalmente pela sua biocompatibilidade e também por possuir características especificas diferentes da celulose vegetal, destacando sua pureza e alta absorção, sendo essenciais para o preparo de um curativo de pele. Aplicado à essa matriz, está o Stachytarpheta cayennensis (Gervão), uma planta medicinal presente na flora brasileira com potencial para auxiliar no tratamento contra a Leishmania braziliensis. Além dessa planta, o Stryphnodendron adstringens (Barbatimão) foi utilizado no projeto para conferir ao curativo um poder de cicatrização, isso devido à presença em grande quantidade de taninos. O estudo foi conduzido através da produção de celulose bacteriana, onde, o kombucha (chá fermentado) foi produzido e utilizado para obtenção das bactérias do gênero Komagataeibacter, por meio do isolamento em meio de cultura HS (Hestrin e Schramm) e posterior produção do polímero. Bem como a obtenção de taninos, a partir do extrato glicólico de barbatimão e extrato vegetal do gervão.

PALAVRAS-CHAVE: Leishmaniose tegumentar. curativo cutâneo. celulose bacteriana. taninos. gervão.